Quando iniciou o Seu ministério tinha cerca de 30 anos de idade (Lc 3:23) e morreu cedo demais (para os padrões humanos normais), cerca de 3 anos depois, e pior: "assassinado" (de um ponto de vista meramente humano), com 33 anos de idade aproximadamente e muitos podem ficar perplexos com isso.
Para muitos, a morte de Cristo na cruz foi apenas uma demonstração de fraqueza e de derrota da parte Dele. Muitos aspectos da vida de Cristo não parecem condizer com alguém que um dia viria a ser derrotado.
Jesus era (e é) Rei, Mestre e Senhor (Lc 5:5; 17:13; Jo 3:2; 4:31; 13:13; 18:37; 20:16), Ele é O caminho, A verdade e A vida (Jo 14:6), Ele demonstrou Sua sabedoria, o que admirou a muitos (Mt 13:54; 22:46; Mc 11:18; 12:17,34b; Lc 4:22; Jo 3:11-12; 6:63,68; 7:46; 16:30), demonstrou autoridade (Mt 4:19-20; 21:12-13; Mc 1:22,27; 2:28; Lc 4:32; Jo 1:42; 2:16; 10:27-28; 13:3; 17:1-2).
Jesus demonstrou a Sua soberania (Jo 15:5,16), poder sobre a matéria criada (Mt 14:19-21; Jo 2:8b,10; 6:5-14), sobre as doenças, enfermidades e tormentos (Mt 4:23-24; 8:1-3; 9:35; 15:30; Jo 5:8-9; 9:6-7), sobre os demônios (Mt 8:16,29-30; Mc 1:24; Lc 4:36; 10:17), sobre a natureza (Mt 8:26-27; 14:25; Mc 4:38-41; Jo 6:19), sobre a vida (Jo 5:21,24-26; 8:51; 10:10b) e a morte (Lc 7:11-15; Jo 4:50; 11:25-26, 38-44).
Ele foi admirado, afamado e seguido pelas multidões (Mt 4:24; 14:14; 15:30; 19:2; 21:8-11; 22:22,33; Mc 7:37; 10:1; Lc 5:15; Jo 12:12-19), chegando às vezes a milhares de pessoas (Lc 12:1), sendo que muitos ouviram fascinados os Seus ensinos e com prazer e alegria mesmo logo de manhã (Mc 12:37b; Lc 13:17; 19:48; 21:38).
Muitas pessoas, sem conhecer e compreender toda a história da salvação e o poder de Deus, podem questionar por que mesmo depois de todas aquelas demonstrações de poder, sabedoria, autoridade e aprovação pública por parte do Salvador, ainda conseguiram prendê-Lo com facilidade (Jo 18:12).
Por que Deus permitiu esse "final" tão trágico? Afinal, Jesus não era onisciente? Jesus sabia exatamente o que a pessoas pensavam (Mt 9:4; 12:25; Mc 2:8a; Lc 5:22; 6:8; 9:47; 11:17; Jo 1:47-50; 13:19; 37-38; 18:4). Ele conhecia os pensamentos bons e ruins das pessoas e não se confiava muito a elas (Jo 2:24-25; 6:67; comparem com Mt 22:18; Mc 12:15).
Mas será que foi assim mesmo? Jesus não teve como evitar? Que tragédia não é mesmo?! Mas, será que foi uma tragédia? Será que Jesus foi pego de surpresa e foi derrotado? Então, diante de tantas "evidências" não nos parece que Ele foi derrotado? Ou será que Ele foi (e é) um vencedor?
Ninguém O prendeu e O matou por obra do acaso e por sinal de fraqueza de Deus, mas todo o contexto da morte e ressurreição do Senhor estava dentro dos propósitos benignos e soberanos de Deus. Quando vemos as pessoas agindo de forma errada ou algum acontecimento trágico ocorrendo, uma circunstância adversa, não podemos esquecer que Deus está no controle e pode transformar a aparente derrota em uma imensurável vitória.
Meus prezados amigos e irmãos leitores, como muitos de vocês também sabem muito bem, desde a eternidade tudo a respeito da salvação da humanidade já estava decretado por Deus, Cristo é eterno (Jo 8:58; 17:24), Ele é o Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo (Rm 2:7; 1Pe 1:20; Ap 13:8). Nada pegou a Deus de surpresa, tudo estava dentro dos Seus planos infalíveis, dentro de Seus propósitos eternos, nada escapou do Seu controle, Ele não precisou mudar de planos ou improvisar nada.
Jesus sabia perfeitamente de Sua missão de pregar o Reino de Deus, as boas novas e de dar a Sua vida pelos pecadores (Mt 9:13; 18:11; 20:28; Mc 1:38; Lc 4:43; Jo 7:33-34; 8:21; 10:14-16; 12:27,47; 17:26). Ele sabia o que deveria acontecer em Sua vida e na vida de Sua Igreja (Mt 16:18; Jo 7:39; 8:28; 12:30-32; 13:1-3; 36-37; 14:19; 18:4).
Jesus sabia o momento exato e a maneira exata pelos quais deveria se comportar (Lc 9:51; Jo 2:4; 6:6; 7:6-8; 11:14-15; 12:49; 13:1; 16:25). Ele reconhecia que Suas decisões eram as certas (Jo 8:16). Ele, inclusive predisse várias vezes o que ocorreria com Ele, que seria preso, escarnecido e crucificado, mas que ressuscitaria (Mt 17:22-23; 20:17-19; 26:10-12; Mc 8:31-32a; 9:30-31; Lc 9:22,44; 18:31-33; Jo 18:32). Muitas vezes tentaram prendê-Lo, mas ninguém lhe colocou as mãos, pois a hora determinada para a prisão Dele não havia chegado ainda (Jo 7:30,44; 8:20; 10:39).
Aliás, Pilatos só manteve Cristo sob sua custódia porque o Pai Celeste autorizou e não porque Pilatos foi mais forte que Cristo (Jo 19:11a). Ademais, no momento de Sua prisão, Cristo evitou que houvesse violência e se deixou prender e afirmou que facilmente poderia pedir ao Pai que lhe colocasse à Sua disposição mais de doze legiões de anjos para o defender (Mt 26:52-53). Portanto, a prisão de Cristo claramente era algo que precisava ocorrer, mas no momento certo, depois que Ele já tivesse entregue Seus ensinamentos, para se cumprir as Sagradas Escrituras (Mt 26:54-56; Mc 14:48-49; comparem com Lc 22:37; 24:44-49).
Não, de forma alguma Jesus foi assassinado, derrotado na cruz, nem pelos judeus, nem pelos romanos e nem por Satanás (Mt 4:1-11; Lc 10:17-18; Jo 14:30; 16:11). Ninguém assassinou Jesus. Ninguém tinha esse poder em toda a Terra e no universo, mas Jesus tinha autoridade dada pelo Pai de dar a Sua vida e reavê-la, espontaneamente (Jo 10:17-18).
Portanto, Sua morte e ressurreição estavam sob o Seu controle o tempo todo. Aliás, na cruz, foi Ele que entregou espontaneamente o Seu espírito ao Pai na hora certa (Mt 27:50; Lc 23:46; Jo 19:30), na hora determinada, quando tudo estava concluído para que as profecias das Escrituras Sagradas se cumprisssem (Jo 19:28) e quando toda a obra de salvação já estava consumada (Jo 19:30) e para a pregação do evangelho (Lc 24:44-49).
Jesus foi um fraco, derrotado? E Deus foi injusto? Não, jamais, porque o evangelho de Jesus Cristo é o poder e não a fraqueza de Deus para a salvação de todo aquele que crê, evangelho esse que revela a justiça e não a injustiça de Deus, justiça do princípio ao fim que é pela fé (Rm 1:16-17).
Realmente, o sentido da morte de Cristo na cruz e o Seu evangelho para aqueles que não possuem o Espírito Santo e não discernem espiritualmente as obras de Deus, pode parecer uma história sem lógica aparente, pode "soar" como algo escandaloso ou uma loucura (1Co 1:23-24; 2:10-16). Mas, a mensagem da cruz realmente é loucura para aqueles que não conhecem a Cristo ainda e estão se perdendo, mas essa mensagem, para aqueles que estão sendo salvos por ela, é o poder de Deus e não a fraqueza de Deus (1Co 1:18).
Aqueles que pensam como o mundo pensa não entenderão a mensagem da cruz, pois Deus tornou louca a sabedoria deste mundo e "visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da pregação" (1Co 1:20:21, cf. vv.25-29; 3:18-19). Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente" (1Co 2:12). Ademais, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus (1Co 1:24b) e "o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder" (1Co 4:20).
Portanto, à vista de tudo o que afirmamos, a morte de Cristo não ocorreu na hora determinada por outra pessoa ou devido à alguma influência de Seus perseguidores e nem muito menos por Satanás, ela havia sido predeterminada na eternidade por Deus. O povo e as autoridades judaicas e romanas fizeram toda essa injustiça com Jesus muitos por ignorância e por não terem entendido e reconhecido quem era realmente Jesus, mas mesmo assim, todos eles são culpados por seus pecados (Jo 15:22-24; 16:9; 19:11; Rm 2:6; 1Co 2:8).
Aliás, por mais difícil que seja de se compreender e pior ainda para explicar, Deus age soberana e misteriosamente utilizando as vontades, decisões e atitudes humanas e até mesmo o Diabo para os Seus propósitos, sem interferir na livre escolha humana, sem interferir nas vontades do próprio Satanás, sem deixar de ser soberano e além de tudo, sem poder ser chamado de culpado ou injusto por determinada situação, pois na verdade, foram atos operados pela livre vontade dos seres humanos, os verdadeiros culpados e atos realizados pela vontade de Satanás, também culpado de muita tragédia e desgraças que ocorreram e ocorrem.
Todos estes preceitos que temos visto, de uma forma ou de outra, estão intrínsecos em várias declarações dos apóstolos em suas pregações no início da igreja primitiva e da pregação do evangelho às nações:(At 2:22-24; 3:13-15,17-19; 4:27-28,31; 13:26-27; vejam ainda os vv. 28-30; comparem com 1Co 2:7-8).
Deus transforma aparentes derrotas em vitórias indescritíveis. Eis que surgiu uma grande notícia depois de tanta tragédia, dada por um anjo:
"Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele jazia." (Mt 28:5-6; comparem com Mc 16:6; Lc 24:5-6).
À despeito de todo ódio, inveja, planos de conspiração, maldade e crueldade dos seres humanos, Jesus ressuscitou!! Aleluia! Glória a Deus! (1Co 15:3-8).
Maria Madalena foi uma das primeiras pessoas a falar da ressurreição, ela correu para anunciar aos apóstolos: "Eu vi o Senhor" e lhes contou sobre o seu encontro com o Mestre ressurreto (Jo 20:18; comparem com Mt 28:7-10; Mc 16:9).
Devido ao plano de salvação em sua totalidade, isto é, o fato de Deus de antemão nos conhecer, nos predestinar, nos chamar, nos justificar e (na eternidade) nos glorificar é que temos a certeza que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam, que foram chamados conforme o Seu propósito. Ele atua em todas as circunstâncias da nossa vida de modo que, mesmo sendo ruins, elas cooperarão juntas para o nosso bem, segundo o Seu propósito (Rm 8:28-30).
Diante de tudo isso, já que Deus é por nós, está ao nosso favor, já que Ele mesmo nos justifica, quem será contra nós? Deus não poupou nem o Seu Filho amado, mas pagando um alto preço (1Co 6:20; 7:23), O entregou por nós para passar por tudo aquilo que estudamos anteriormente, certamente pode nos dar de graça todas as coisas (Rm 8:31-32).
Cristo morreu e ressuscitou e intercede por nós junto ao Pai. Portanto, nada poderá nos condenar e nos separar do Seu ilimitado, incondicional e imensurável amor, nem angústia, nem pereguição ou privações ou perigos, nem anjos, nem demônios, nem o presente, nem o futuro, nem altura ou profundidade, ou qualquer outro poder, nada (Rm 8:33-35).
O amor de Cristo sempre estará conosco independente da situação, boa ou ruim. Em todas estas coisas, portanto, não somos derrotados, mas também não somos apenas vencedores, nós somos MAIS QUE VENCEDORES, através do amor de Deus, demonstrado em Cristo Jesus na cruz. Ele não foi assassinado, Ele entregou espontaneamente a Sua vida ao Pai em nosso favor, por nos amar infinitamente (Jo 13:1).
Portanto, em se falando em vitória, damos graças a Deus e à Sua graça maravilhosa, Ele nos dá a vitória por meio do sacrifício de Cristo, a nossa justificação e redenção (Rm 3:24) e por isso, não desanimemos, mantenhamo-nos firmes, inabaláveis diante das circunstâncias adversas, sempre dedicados na obra do Senhor, nos ministérios que Ele nos deu, pois Ele venceu, Ele ressuscitou com poder (Rm 1:4) e em carne e osso, Ele não é um fantasma ou uma lenda (Lc 24:36-39). Ele está vivo e dirigindo soberanamente a Sua Igreja e, por isso, o nosso trabalho para Ele jamais será em vão (1Co 15:57-58).
Cristo ressurgiu dos mortos, em glória. Ele jamais foi um "mais que derrotado", mas Ele certamente é o "mais que vencedor" máximo da história humana, o maior exemplo de vitória a ser seguido. Passaremos, sim, por aflições, mas precisamos manter o ânimo e a nossa fé Nele que é capaz de vencer o mundo (1Jo 5:4). Porque Ele venceu, nós podemos vencer também:
"Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo." (Jo 16:33).
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